Estratégias e Ações Este conjunto de estratégias e ações aqui
apresentadas representa um passo inicial e precisa ser visto como
resultado de um primeiro exercício de um grupo de organizações que se
mobilizaram para pesquisa e ação política sobre questão das substâncias
químicas e de justiça ambiental. Sendo resultado da primeira reunião do
grupo, este esforço deve ser visto como a primeira contribuição a um
processo em andamento. Estratégias sugeridas estão marcadas com [○]
e ações marcadas com [■] •
Acesso às Informações ○
Estratégia: aumentar o acesso à informação, estimulando as agências
licenciadoras a tornarem disponíveis ao público em geral as informações
ambientais e de saúde. Ações ■
Participar do desenvolvimento e implementação das atividades de registro
governamental de poluentes (POPs e outros) ■
Assegurar a participação das ONGs no desenvolvimento e nas ações de
implementação do registro nacional. ■
Participar do desenvolvimento e implementação do PRTR ○
Estratégia: reformular parte da avaliação e licenciamento ambiental de
atividades poluentes Ações
■
Incluir a perspectiva dos POPs na segunda fase do Acordo de Licenciamento
entre o FBOMS e o MMA. ■
Propor que os empreendimentos de grande escala que possam gerar POPs sejam
classificados como estando no âmbito federal de licenciamento ambiental
(exemplo: refinarias de aço, plantas de incineração, plantas de
cloro-soda, plantas de PVC). ■
Requerer que as audiências de licenciamento sejam realizadas fora dos horários
de trabalho. ■
Requerer que as informações sejam fornecidas antecipadamente, em
linguagem compreensível, acessível e em website pelos empreendedores e
autoridades governamentais. ■
Propor que se considerem as emissões de POPs no processo de renovação
de licença. ■
Para novos empreendimentos, adotar o BAT/BEP segundo o escopo da Convenção
de Estocolmo sobre POPs no processo de licenciamento. •
Inventário de PCBs ○
Estratégia: identificar e quantificar estoques ■
Fazer o inventário de equipamentos que usam PCBs (que ainda estiverem em
uso e os fora de uso) em conjunto com o setor privado. ■
Identificar os equipamentos que ainda estiverem usando PCBs com participação
da comunidade. ■
Amostrar e monitorar áreas e equipamentos contendo PCBs ainda em uso e em
áreas de armazenamento. ■
Identificar o destino dos estoques de PCBs. ■
A indústria deve permitir o acesso facial ao público de informações
sobre as quantidades e locais dos estoques de PCBs. •
Gerenciamento de Lixo e Resíduos ○
Estratégia: Inclusão de catadores no sistema de gerenciamento de resíduos. ■
Identificar as organizações de catadores no nível federal, estadual e
local. ■
Promover a integração dos catadores no sistema de gerenciamento de resíduos,
na perspectiva da justiça ambiental e da inclusão social. ■
Promover fóruns de troca de experiências bem sucedidas e em parceria com
os catadores e governo local e grupos de interesse relevantes. ○
Estratégia: Política de Lixo Zero ■
Promover discussões e desenvolvimento de programas de lixo zero ■
Integrar os catadores e outros grupos nas discussões multisetoriais de
uma política de lixo zero. ■
Identificar técnicas de gerenciamento de fração orgânica para
compostagem. ■
Identificar e desenvolver oportunidades de mercado para compostagem ■
Exigir do Ministério da Saúde programas de gerenciamento de resíduos
hospitalares e compromisso de desativação de plantas de incineração. •
Agrotóxicos (pesticidas) Obsoletos e Estoques ○
Estratégia: Envolvimento multisetorial para destruição de agrotóxicos
obsoletos e estoques ■
Inventário de agrotóxicos contendo POPs obsoletos, com a participação
das organizações agrícolas e pequenos fazendeiros, fazendeiros orgânicos,
associações de trabalhadores rurais inclusive movimento sem terra. ■
Desenvolvimento de estratégias para destruição de agrotóxicos contendo
POPs obsoletos, com participação multisetorial. ■
Pesquisa e promoção de implementação de tecnologias de destruição
sem incineração (sem-combustão). ■
Pressionar o governo para que promova a articulação de diferentes
organizações governamentais e outros grupos de interesse para estimular
a agroecologia e a redução no uso de agrotóxicos até atingir sua total
eliminação. ○
Estratégia: envolvimento e apoio às vítimas do DDT ■
Identificação de trabalhadores governamentais que tenham manipulado DDT
em campanhas de erradicação de mosquitos (FUNASA e outros). ■
Identificar áreas e comunidades contaminadas por depósitos irregulares
de DDT no país. ■
Garantir a participação de representantes dos trabalhadores e atingidos
pela contaminação em eventos que discutam DDT. •
Áreas contaminadas ○
Estratégia: Identificação ■
Estabelecer critérios e indicadores de contaminação em solo de POPs e
outros poluentes ■
Requerer o mapeamento de áreas contaminadas ■
Requerer a descontaminação e a recuperação de áreas contaminadas com
uso de tecnologias seguras e bem avaliadas. ■
Pressionar o governo para que promova seminários de tecnologias de
tratamento para áreas contaminadas ■
Estimular a troca de tecnologia via projetos piloto usando sistemas tecnológicos
não térmicos (não incineração). ■
Estimular o desenvolvimento de técnicas alternativas de descontaminação
para técnicos. ■
Promover parcerias com universidades para elaborar relatórios de avaliação
técnica sobre áreas contaminadas em estudo. ■
Auxiliar no desenvolvimento e implementação de mecanismo financeiro,
como exemplo, um fundo especialmente planejado para atender as demandas
governamentais relativas às áreas contaminadas - (como o “Superfund”
no caso da legislação dos EUA). ■
Participar efetivamente da elaboração de uma lista de prioridades
relativa a áreas contaminadas ■
Elaborar e publicar um livro com os principais casos de contaminação,
incluindo metodologias aplicadas na recuperação e testemunhos de
comunidades. ■
Garantir a informação e a participação das comunidades atingidas nas
decisões referentes aos seus territórios e interesses. •
Difusão de Informações ○ Estratégia: difusão de informações
e mobilização para a Convenção de Estocolmo sobre POPs. ■
Produzir materiais informativos em linguagem acessível ■
Traduzir e adaptar o material internacional já preparado pela Pesticide
Action Network (PAN). ■
Promover campanha de publicidade com personalidades amplamente conhecidas tais como o cartunista Ziraldo. ■
Como uma atividade de início rápido, criar um website para tornar disponível
as informações básicas sobre a Convenção de Estocolmo sobre POPs. ■
Desenvolver e promover programas educacionais para aumentar a consciência
focando em crianças e outros grupos de risco. ■
Envolver as redes de rádio comunitária e desenvolver programas de rádio
focando em audiência de comunidades rurais. • Capacitação de Lideres Comunitários
para a Convenção de Estocolmo sobre POPs. ○
Estratégia: capacitação de organizações comunitárias e da sociedade
civil. ■
Identificar ou criar infra-estrutura para capacitação. ■
Promover cursos de capacitação e de liderança sobre a Convenção de
Estocolmo sobre POPs desenvolvidos em parceria entre governos e ONGs. ■
Identificar grupos de interesse que possam agir como multiplicadores. ■
Promover cursos de capacitação que se focalizem na preparação de
multiplicadores, tais como associações de catadores, donas-de-casa,
enfermeiros, líderes comunitários entre outros. ■
Promover cursos de capacitação que incluam a análise da Política
Nacional de Resíduos Sólidos. ■
Promover cursos de capacitação voltados para jornalistas e a mídia. ■
Desenvolver diagnóstico ambiental baseado em comunidade como ferramenta
para o envolvimento da comunidade. ■
Identificar e multiplicar as experiências de envolvimento comunitário. ○
Estratégia: capacitação de áreas focais ■
Promover cursos de capacitação sobre incineração, incluindo
cimenteiras, para as comunidades atingidas e grupos locais que atuam na área
de saúde e meio ambiente . ■
Promover cursos de capacitação sobre gerenciamento de Lixo Zero. •
Apoio Técnico e à Pesquisa ○
Estratégia: identificar técnicos e pesquisa acadêmica de suporte sobre
POPs e participação comunitária. ■
Identificar técnicos de diferentes setores tais como médicos, advogados,
engenheiros que possam apoiar ONGs e redes civis. ■
Pesquisar a experiência nacional sobre responsabilidade civil e criminal
em casos de contaminação. ■
Pesquisar a substituição bem sucedida de materiais tais como PVC em
outros países. ■
Pesquisar impactos à saúde de disposição final inadequada de resíduos
de POPs para subsidiar as campanhas da sociedade civil. ■
Criação de fundo de apoio a pesquisas e cooperação técnica de
universidades e centros de pesquisa, articulados às demandas de
comunidades, movimentos sociais, ambientalistas e da Rede Brasileira de
Justiça Ambiental. •
Elevar a conscientização de Organizações Intergovernamentais tais como
UNEP, UNIDO, para discussões relativas aos setores de alumínio e aço.
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ACPO
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