IBAMA - SANTOS

I Pré-conferência Nacional do Meio Ambiente da  
Região Metropolitana da Baixada Santista - 2003


 
01 - RECURSOS HÍDRICOS
 
001 - Transformação das Bacias Hidrográficas em Unidades de Planejamento e de Gestão Ambiental integrada, contemplando demais áreas de interesse do Meio Ambiente, além daqueles aspectos relacionados aos Recursos Hídricos.
 
002 - Atribuir assentos aos Comitês Coordenadores Estaduais de Bacias Hidrográficas no CONAMA e no CONSEMA, ampliando sua atuação, passando a gerenciar as Bacias Hidrográficas como Unidades de Gestão e Planejamento dos Recursos Hídricos como também de Gestão Ambiental Integrada.
 
003 - Estímulo à criação de mecanismos na Legislação Urbanística e Ambiental que dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos e de expansão urbana que determinem a obrigatoriedade de maior percentual de áreas permeáveis  no solo com vistas a manutenção do ciclo natural das águas e o controle das enchentes e otimização dos Sistemas de Drenagem Urbana, salvaguardada a autonomia municipal.
 
004 - Realização de campanhas visando ao uso e reuso das águas comuns e pluviais previamente tratadas, e obrigatoriamente acondicionadas de forma isolada das águas potáveis, podendo ser utilizadas em serviços diversos que não comprometam a saúde pública.
 
005 - Previsão, em legislação, de incentivos fiscais para o reuso racional dos recursos hídricos.
 
006 - Incentivo à criação da Certificação Selo Azul para o uso racional das águas.
 
007- Concluir e implementar os Planos Estaduais, Regionais e Municipais de Gerenciamento Costeiro e de Recursos Hídricos.
 
008 - Incentivo à implementação dos Planos Regionais e Municipais de Gestão Ambiental integrados.
 
009 - Recomendação para definição de critérios de análise das condições de balneabilidade dos cursos d'águas e da água do mar, incorporando-se dados quanto à metais pesados, produtos químicos, de acordo com as atividades econômicas regionais .
 
010 - Ampliação dos recursos para o saneamento básico em nossa região, visando sua universalização;
 
011 - Proibição Federal do bombeamento das águas do Rio Pinheiros para dentro da Represa Billings.
 
012 - Os mananciais de águas superficiais regidos pela resolução CONAMA 20/86 contêm vários tipos de contaminantes orgânicos e inorgânicos que podem causar a intoxicação dos seres vivos inclusive ao ser humano, sendo que em sua grande maioria para se tornar potável devem receber tratamento adequado cujo controle é regulamentado pela portaria 1469. A contaminação do solo causada por acidentes;  a poluição industrial e urbana direta e indireta; o uso de agrotóxicos e fertilizantes e agora mais recentemente observado aqueles contaminantes carreados pela poluição atmosférica para as águas de chuva em zonas saturadas têm comprometido os aqüíferos superficiais e subterrâneos, e contribuído para que cada vez se utilize mais e mais agentes químicos para promover a limpeza desta água e torná-la potável, sem que se possa afirmar com certeza se esta água está totalmente própria para o lazer, ou no caso da água  tratada para o consumo humano, uma vez que, nem mesmo  os órgãos competentes possuem metodologia para analisar em tempo real ou aceitável todos os parâmetros exigidos por lei.
 Assim requer que o Governo Federal baixe uma medida legal que determine a formação de fóruns regionais deliberativos abertos ao público com o fim de buscar a recuperação, proteção e monitoramento das águas superficiais e subterrâneas; interiores e exteriores; naturais e tratadas e a qualidade dos seus respectivos leitos sedimentares. Onde se busque em cada um desses pontos se ter amplo controle das variáveis, inclusive com a publicação de resultados de análises em periódicos, com todos os parâmetros exigidos e que são definidos  por lei e outros que se fizerem necessários, bem como, no mesmo sentido trazer impressos estes resultados na conta mensal dos consumidores de água potável tratada quimicamente. Estas águas são normalmente afetadas por várias substâncias químicas, e muitas delas não são retidas pelo tratamento tradicional, tais como: cloro, THMs, flúor, sulfato de alumínio, hidrocarbonetos; organoclorados, tais como HCB, PCB, benzo-a-pireno, dioxinas; metais pesados tais como mercúrio, chumbo, cádmio, arsênio entre outros.
 
013 - Seja tornado obrigatório o reuso da água, e aplicado apenas para o uso industrial, impondo assim a reciclagem total dos efluentes industriais líquidos em circuito fechado, sendo este uma das principais fontes poluidoras dos corpos d'água e seus sedimentos.
 
014 - Fortalecer os Comitês de Bacia Hidrográfica enquanto instrumentos de gestão coletiva dos recursos hídricos, incentivando e ampliando a participação dos setores organizados da sociedade civil, movimentos sociais e sindicatos, lutando por critérios de participação mais justos e representativos que possibilitem a sua transformação em verdadeiros Conselhos de Bacia Hidrográfica;
 
015 - Segundo dados do IBGE, de 1999, 70,9% das residências apenas 75% dispõem de água potável e 59% de rede de esgoto. Cerca de 94% dos esgotos não são tratados e 80% das doenças são causadas ou disseminadas por falta de saneamento. O saneamento básico deve ser considerado uma das prioridades pelo governo pelo seu grave impacto sócio-ambiental, como fator de poluição e pelos danos à saúde da população, especialmente a população pobre e trabalhadora.
 
016 - Além das reservas de água presentes nas bacias hidrográficas, o Brasil dispõe de importantes reservas subterrâneas de água, que estão sob risco, como é o caso do Aqüífero Guarani, um dos maiores do mundo. Estabelecer critérios que protejam essas águas, assim como sua utilização sustentável. Barrar quaisquer tentativas que promovam a privatização ou as coloquem sob controle ou monitoramento de instituições que não as destinadas ao atendimento público.
 
017 - A água não é mercadoria. Não às tentativas de privatização do serviço de saneamento e abastecimento de água.
 
018 - Realizar uma ampla campanha nacional contra o desperdício da água.
 
019 - Apresentação, pelos órgãos de controle ambiental, de um Programa específico para controle da poluição gerada pelas operações portuárias e para despoluição do Estuário e da Baía de Santos, com metas, diretrizes e prazos.
 
020 - Utilização de técnicas de aprofundamento do Canal do Estuário de Santos, pelos meios menos impactantes possíveis, utilizando a melhor tecnologia disponível e  observando a correta disposição dos sedimentos contaminados.
 
021 - Modificação dos critérios das Resoluções e Portarias que tratam da potabilidade da água atualmente em vigor, adotando padrões mais rigorosos. A fiscalização deverá ser feita pela Vigilância Sanitária através de exames feitos em períodos menores do que os atuais, à luz de todos os parâmetros constantes na legislação de regência (padrão de potabilidade ). Incluir ainda análise de toxicidade.
 
022 - Dar mais publicidade à análise da qualidade da água, que deve ser feita de modo mais amplo, com menor periodicidade (ou seja, maior freqüência), realizada por institutos independentes e isentos.
 
023 - Melhoria das condições de tratamento de água, com a ativação dos equipamentos já instalados e não utilizados, a exemplo dos decantadores e sistemas de limpeza de filtros, observando, ainda, a eliminação da pré-cloração, com apresentação de novas alternativas sanitárias visando inibir a formação de elementos cancerígenos .
 
024 - Substituição das tubulações metálicas instaladas, objetivando evitar a contaminação na rede de distribuição da água potável, assim como aprimorando os serviços de manutenção e extinção de vazamentos.
 
025 - Readequação da capacidade instalada da ETA de Cubatão bem como a construção de novos reservatórios de água na Baixada Santista.
 
026 - Maior estímulo ao reuso e reciclagem da água pelas indústrias e edificações diversas.
 
027 - Proibição de bombeamento da água do rio Pinheiros para a represa Billings.
 
028 - Investimento em educação ambiental em todos os níveis de ensino.
 
029 - Aprimorar o sistema de fiscalização dos órgãos que possuem poder de polícia, dando enfoque primordial para educação e informação, preferíveis à simples penalização (inclusive o IBAMA).
 
030 - Propor a criação de lei específica determinando que as novas edificações pluri-habitacionais passem a contar, a partir de 2005, em suas instalações sanitárias, com caixas acopladas e bacias de até 6 litros, atendendo a uma utilização racional e sustentável.
 
031 - Propor a obrigatoriedade do uso de conjuntos de vasos com caixas acopladas, na forma acima citada, para que os imóveis já edificados possam adequar-se, até 2008, ao mesmo sistema, propondo que a CEF conceda linha de crédito para a substituição das válvulas de descarga atualmente instaladas, pelo sistema de caixa acoplada.
 
032 - Manutenção e regulagem: as válvulas de descarga sofrem influência de pressão em cada andar. Deve-se buscar a redução do consumo de água através da regulagem/manutenção destas válvulas.
 
033 - Criar lei federal que obrigue toda nova edificação pluri-habitacional vertical ou horizontal que tenha medição individual de água.
 
034 - A escolha dos representantes da sociedade civil para integrar os Comitês de Bacias Hidrográficas, deve ser feita de modo que não se permita que interesses de setores específicos prevaleçam sobre os interesses de toda a comunidade, haja visto o fato de que o sistema atual permite que manobras sejam realizadas, inviabilizando que os setores aptos e com assento, elejam de forma escorreita e isenta, seus próprios candidatos.
 
035 - A escolha dos representantes da sociedade civil junto aos Comitês de Bacias Hidrográficas deve ser feita de modo que cada setor ou segmento de classe escolha seu representante no seu próprio segmento.
 
036 - Criação de meios específicos que permitam que a sociedade civil possa opinar e acompanhar a realização dos projetos relacionados com investimentos estrangeiros, canalizados para obras de saneamento básico. Exemplo: O financiamento proporcionado por banco japonês à SABESP.
 
037 - Criar sistemas que permitam a efetiva fiscalização dos investimentos em setor de saneamento básico, pela sociedade civil, como atualmente ocorre em Campinas-SP, que criou conselhos regionais de eletricidade.
 
038 - Recursos hídricos envolvem interesses econômicos. A pesca artesanal está muito sacrificada. A proposta é para que o IBAMA respeite a pesca artesanal.
 
039 - Educar e não punir; adendo para toda atividade (sinergia); Educação Ambiental pelo Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Educação, começando pelas escolas de Ensino Fundamental e Médio até as Faculdades, a fim de que não fiquem alheias.
 
040 - Quanto se gasta de água? Fazer levantamentos de dados totais de consumo de água nas residências.
 
041 - Nas praias há chuveiros, enquanto nas comunidades carentes não tem água. Investimentos para instalação de novas redes de água e de esgoto e sua respectiva manutenção, principalmente em final de rede, e ampliação do número de reservatórios de água e de tratamentos de água e esgoto.
 
042 - Garantir a potabilidade de água e a melhoria dos padrões. A fiscalização deverá ser feita pela Vigilância Sanitária por exames feitos em períodos menores do que os atuais, à luz de todos os parâmetros constantes na legislação de regência (padrão de potabilidade). Incluir ainda análise de toxicidade.
 
043 - Aumentar a capacidade de captação de água, junto a outros mananciais, mantendo em uso os já existentes atualmente na Baixada Santista, além daqueles que  já vêm abastecendo a Baixada Santista.
 
044 - Colocar compressores e os decantadores em operação na ETA de Cubatão.
 
045 - Que se apresente para a sociedade por meio de audiência pública a utilização dos recursos oriundos do empréstimo efetuado junto ao Banco Japonês.
 

 « RETORNAR« 

Publicação:  ACPO - Associação de Combate aos POPs