IBAMA - SANTOS

I Pré-conferência Nacional do Meio Ambiente da  
Região Metropolitana da Baixada Santista - 2003


 
10 - SUGESTÃO PARA A CRIAÇÃO DE PROJETOS,  (APROVADO COMO CONTRIBUIÇÃO)
 

347 - Sugestão para a criação do projeto de Desenvolvimento Sustentado: "A Comunidade em Ação" - Para o Departamento de Educação Ambiental do IBAMA - Por Aquino M. C. - Méd. Veterinário.
 
O tema Desenvolvimento Sustentado foi alvo na década de 80 de diversos seminários para a discussão do seu conceito teórico.  Mas, infelizmente, pouco se fez no sentido de identificar, divulgar e implantar, através de um eficiente sistema de extensão, as poucas atividades existentes, que se incluem dentro de sua revolucionária filosofia para a sobrevivência.
 
Apontar as diversas experiências bem sucedidas nas áreas de Energia, Agropecuária, Saneamento Básico, Comunidades Rurais, Ecoturismo etc, em todas a atividades desenvolvidas pela sociedade em geral, além de dar ampla e irrestrita divulgação a elas, deveria, há muitos anos, ser uma prioridade nacional, pois o binômio DESENVOLVIMENTO x CONSERVAÇÃO já pode ser considerado, tecnicamente, uma realidade, necessitando, como sempre, apenas da vontade política. 
 
Em 1986, enquanto assessor tecno-científico da FBCN - Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, logo após a um acirrado debate num seminário sobre o tema na UFRJ expus como agora, a necessidade de se apontar e divulgar idéias práticas para se alcançar a tão almejada sustentabilidade de nossos recursos naturais.  Poucos minutos depois estava rodeado no saguão, de representantes de vários órgãos: INT - Instituto Nacional de Tecnologia, CNPq, EMBRAPA, entre outros.  Desse bate-papo informal sugeri aos diversos representantes, a realização de mais um seminário, desta vez, para reunir responsáveis por experiências pontuais bem sucedidas ou em vias de implantação nesta área, para se dar pela primeira vez, no Brasil, a devida importância e divulgação a essas iniciativas, democratizando-se a ciência.
 
A idéia era organizar um evento anual, publicar anais com os diversos trabalhos na forma de um livro e buscar amplo apoio dos meios de comunicação para a divulgação dos trabalhos para o seu conhecimento e adoção por outras comunidades em todo o território nacional e até no exterior.
 
Fui eleito coordenador do futuro seminário.  Escrevemos juntos um projeto que basicamente pedia ao CNPq e ao FINEP, conhecidas instituições de financiamento na época, os recursos necessários para o translado e estadia dos pesquisadores, pois o nosso trabalho e o apoio logístico para a realização do seminário já estavam assegurados gratuitamente e para nossa surpresa, poucas semanas depois, essas instituições classificaram o tema Desenvolvimento Sustentado e o nosso projeto como Não Prioritário.
 
Na minha opinião, contemporaneamente, a grave crise econômica por que passa o país não pode mais ser utilizada como desculpa para protelar ainda mais a adoção de medidas urgentes para a divulgação de tais atividades.
 
A Internet, uma das maiores invenções do século passado, já nos permite, a um custo irrisório, atingirmos este objetivo, que é a reunião de experiências pontuais e a sua ampla divulgação para a comunidade.
 
A idéia principal é a criação de um site sobre Desenvolvimento Sustentado, que reunirá experiências em quase todas as áreas do conhecimento humano existentes não só no Brasil, mas em todo o planeta.  Este site pioneiro, será fonte de pesquisa obrigatória para pesquisadores, fazendeiros, empresários, profissionais liberais, estudantes, donas de casa, ecologistas, enfim, para toda a comunidade em geral, tornando-se num importante instrumento multiplicador, cujas idéias PRÁTICAS expostas inspirarão a sua adoção por outras comunidades e com isso, contribuirá diretamente para a conservação do meio ambiente em que vivemos.
 
O projeto deverá ser encampado pelo IBAMA, que é o órgão máximo em meio ambiente no país e o custo para a elaboração e manutenção do projeto será nulo. Convênios deverão ser firmados com patrocinadores para cobrir, a priori, as despesas com a criação de um site, a sua manutenção através de atualizações diárias, a sua hospedagem, uma linha telefônica de alta velocidade para acesso a Internet e um computador.
 
Este site disponibilizará diversas salas de bate-papo, sobre temas específicos, permitindo, além de encontros rotineiros, inclusive, a realização de seminários virtuais ou videoconferências, que reunirão interessados e autoridades de todo o mundo, sobre os mais variados temas, a um custo zero, pois ninguém terá que se deslocar de seu computador para participar.
 
Além do site serão criadas e moderadas pelo IBAMA e/ou especialistas convidados, diversas listas de discussão sobre os temas ligados ao Desenvolvimento Sustentado (energia, saneamento, ecoturismo, etc) o que permitirá ao IBAMA estar conectado diretamente com o pensamento coletivo em tempo real.
 
A criação do Projeto significará a democratização da ecologia, num linguajar didático e contemporâneo. 
 
A Internet será usada para UNIR, SUGERIR e ajudar a RESOLVER um de nossos maiores desafios do mundo moderno, o uso racional e sustentado dos recursos naturais do planeta.
 
Numa segunda etapa, a criação de um fundo para o gerenciamento de um Prêmio Nacional e Internacional para prestigiar as melhores idéias e ações nas diferentes áreas, a compra de equipamentos, viagens de pesquisa e troca de experiências, etc deverá ser viabilizado, também, sem ônus ao governo.
 
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348 - Sugestão para a criação de o Projeto "Conhecer para Conservar". Para o Departamento  de Educação Ambiental do IBAMA - Por Aquino M. C. - Méd. Veterinário.
 
O movimento ecológico no Brasil começou há muito mais tempo do imaginamos. Surgiu ainda no Império, em meado do século XIX, com um decreto que proibiu a extração da árvore símbolo do país, o Pau-brasil, Caesalphinia echinata, pois já era crítica a sua situação nessa época, sensibilizando o próprio Imperador.
 
Interessante observar que, assim com seu pai, Dom Pedro II também se preocupou com o tema meio ambiente, ao baixar outro decreto, desta vez, para ordenar que fosse realizado um enorme reflorestamento nas degradadas encostas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, ocupadas na época por fazendas de café. Esta empreitada foi levada a cabo por um militar, o Major Ascher, 8 escravos e uma cozinheira, em apenas 9 anos, mudando radicalmente o cenário da cidade, o que assegurou ao município, o seu ameaçado abastecimento de água da época! Contemporaneamente, o atual Parque Nacional da Tijuca, é a maior floresta urbana plantada do planeta.  Um exemplo do que a determinação pode realizar.
 
No entanto, pouco se fez no Brasil, além da iniciativa pontual  e particular de alguns idealistas! 
 
A criação da primeira ONG conservacionista do Brasil, ativa até hoje, foi a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza - FBCN, no Rio de Janeiro.  Criada na década de 50, teve um papel fundamental no estímulo da criação de muitas outras ONG ambientalistas em todo o país, o que ajudou muito para fomentar o debate sobre o tema e  evidenciar a sua importância fundamental para assegurar a sobrevivência das futuras gerações.  Além de ter estimulado a criação de diversos Parques Nacionais, a FBCN firmou diversos convênios com entidades conservacionistas internacionais, tendo sido a principal entidade repassadora de recursos para projetos de meio ambiente no país.
 
No âmbito governamental, o IBAMA, criado pela fusão da SUDEPE, IBDF e a SEMA, no ano de  1990, foi outro passo importantíssimo na esfera governamental.   Além de órgão fiscalizador, exerceu um papel fundamental  na sugestão e criação de políticas ambientais e para a conscientização da população.  Hoje, projetos de campo, comprovadamente produtivos, tem sido decisivos na conservação e educação da sociedade, como: o Projeto TAMAR, que protege as tartarugas marinhas, ou o Projeto Peixe-boi, desenvolvidos no Nordeste, ou o Projeto Quelônios Aquáticos, na Amazônia, entre outros.
 
Só que, de Pedro I até hoje, muita coisa mudou, especialmente a velocidade com que o progresso e o desrespeito a legislação ambiental, tem exaurido muitos de nossos recursos.
 
Nesse contexto emergencial, o IBAMA tem que  adotar, urgentemente, para manter o seu pioneirismo e  principalmente ampliar o efeito multiplicador de suas ações pelo meio ambiente, que aliar-se, como se fosse uma espécie ONG Mãe, na coordenação e apoio as iniciativas da sociedade civil, em todo o Brasil, dando idéias, apoio logístico, ministrando cursos para capacitação e até reforçando, através da fiscalização, a ação das ONGs ambientalistas!
 
Minha sugestão é que esse trabalho seja coordenado, inicialmente, pelo departamento de Educação Ambiental do IBAMA que, numa interatividade dinâmica com as escolas do município (municipais, estaduais, particulares) e com o apoio de ONGs, Museus, Institutos de pesquisas, etc, estimularia a criação de pequenas entidades nas escolas, compostas pelos próprios alunos, cujas iniciativas, seriam monitoradas por um professor capacitado e cujo objetivo seria a defesa de um tema ligado a conservação do meio ambiente, escolhidos pelos próprios participantes.  Por exemplo, poderíamos ter grupos de estudantes que se dedicariam a proteção da fauna, ou da flora, ou da praça de seu bairro, ou dos manguezais, da problemática da poluição das praias, ou a pesquisa e divulgação de energias alternativas, do desenvolvimento sustentado de comunidades rurais ou carentes, enfim, cada ONG, em cada colégio, teria liberdade para escolher o que fazer, se atendo, de preferência, pela realização de ações locais em prol dos problemas de sua região.
 
Para estimular ainda mais a adesão dos colégios ao Projeto e o desenvolvimento das ações da várias ONGs, o IBAMA criará, com o apoio do empresariado (patrocinadores) um Prêmio Anual para o reconhecimentos das ONGs infanto-juvenis que mais se destacassem no contexto municipal, estadual e nacional.  A divulgação deste projeto e a premiação das ONGs, poderá se dar pela produção e distribuição de cartazes, mala direta, Internet (em convênios com os provedores), meios de comunicação em geral, etc...
 
Para a coordenação discreta e o monitoramento constante desta iniciativa pelo IBAMA, deverá ser feita a partir da criação de duas listas de discussão na Internet. Uma apenas para os coordenadores  educacionais (professores nas escolas e os pesquisadores de Museus, ONGs ambientalistas, Institutos de pesquisas, etc) que poderão discutir entre si, o desenvolvimento do projeto e outra, para os alunos, onde a presença dos orientadores, que compõem a lista anterior, seria muito mais discreta, manifestando-se apenas para orientar os alunos (componentes das ONGs estudantis) em casos de dúvidas.
 
Outro grande instrumento incentivador das ONGs estudantis será a criação e manutenção pelo IBAMA, com o apoio de patrocinadores, de um site do projeto, que manterá um link das diversas escolas envolvidas, como se fossem pequenos sites individuais de cada ONG, divulgando através de fotos e artigos resumidos, o trabalho e a experiência de cada grupo.  O site do IBAMA, elaborado especialmente para o gerenciamento deste projeto, tratará também de assuntos de interesse geral, divulgando artigos, links de entidades ecológicas, de projetos do IBAMA e das ONGs ambientalistas do Brasil e do mundo, salas de bate-papo ecológica, enfim, constituindo-se numa rica fonte de pesquisa  e intercâmbio não só para os alunos e professores dos municípios envolvidos diretamente no projeto, mas para qualquer pessoa interessada, do mundo inteiro, que queira pesquisar sobre o tema educação ambiental ou implantar a experiência em seu estabelecimento ou município.
 
Com isso, o IBAMA estaria na coordenação geral de todo o Projeto, dispensando para isso, recursos ínfimos, pois os recursos, que serão mobilizados para confecção dos cartazes, site, etc, serão ofertados por patrocinados, em troca da propaganda institucional feitas pelas empresas participantes no próprio material didático, além do site.
 
Resumidamente, o custo benefício da iniciativa será extremamente positivo ao meio ambiente, possibilitando, ainda, a elaboração de um macro-diagnóstico ambiental dos problemas em todo o país, a um custo zero!
 
Conhecer para conservar, esse é o desafio, que só a experiência do IBAMA, junto com a comunidade, poderá enfrentar!
 
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349 - "Projeto IBAMA Fome Zero" - anônimo
    
1. Introdução
 
Objetivo propriamente dita:
A proposta através deste projeto busca uma maior participação e integração, assegurando uma qualidade de vida melhor para o povo carente atual e de gerações futuras. Enfocando a conscientização da população no sentido de participação e solidariedade ao grande número de pessoas necessitadas em estado de pobreza total, a já  visto o grande grau de desperdício em perdas de alimentos que nosso país se apresenta perante o mundo.
 
O Projeto visa trabalhar em cima de um produto, algo que por muitas vezes é desperdiçado ou até mesmo perdido. Visando também o ensinamento de melhor aproveitamento do que para muitos se torna resto ou sobra. Implementar um  Programa de Educação Ambiental nas comunidades através de seminários e oficinas de educação ambiental  nos 06 primeiros meses de execução do Projeto.
 
Participação Social e Beneficiários:
Com a implantação do Projeto, espera-se que o grupo  de beneficiários atingidos seja bastante amplo, atendendo aos anseios de nosso Presidente e Coordenadores  "Fome Zero". Representantes de comunidades e de setores da sociedade civil terão a oportunidade de um maior envolvimento e participação, agindo como multiplicadores e membros atuante  neste processo.
 
Metas
Benefícios: Alimentos
Técnica de preparo
Meio de comercialização
Outros
 
Beneficiários: Embarcação Pesqueira
Armadores
Empresários
Doador Anônimo
Outros
 
Beneficiados: Comunidade Pesqueira
Comunidade Carente
Associação de Bairro
Outros
 
Recepção do Produto - efetuada pelo Ibama e empresas parceiras
 
Encaminhamento do Produto para distribuição - O Ibama encaminharia para os representantes oficiais de cada comunidade ou entidade.
 
Armazenamento do Produto - da sua chegada ao Ibama seria com parceria de empresas cabíveis e quando  da  chegada ao ponto de distribuição ficaria sob o controle do Receptador designado com vistoria e acompanhamento do Ibama.
 
Transporte do Produto - em parceria com empresários.
 
Produto -
 
Apreensão: Pescado
Palmito
Madeira
Outros
 
Doação: Alimentos
Utensílios Domésticos
Não basta apenas darmos o produto, temos também que fornecer o meio para o preparo do mesmo. Fogão, botijão de gás, panelas, pratos, talheres e outros.
Imóveis - Rural ou Urbano  (para depósitos, sede de distribuição)
 
Finalidade do Produto - Consumo Direto ou Comercialização
Parceria - Faculdade de Nutrição
Governo federal
Empresa Privada
 
Desenvolvimento do Projeto - Reunião de Apresentação- IBAMA/DF, Reunião - Armadores e Pescadores, Reunião - Empresários, Reunião -  Faculdades, Reunião -  Comunidade.
  
Alimentos:
Quando das cargas apreendidas e com destino incerto a tomar, com este projeto, passarão a serem direcionados para o IBAMA - Fome Zero. Este produto autuado será qualificado e encaminhado para distribuição direta  às comunidades onde passarão pelo beneficiamento visando os devidos fins , cuja orientação será realizada por alunos nutricionistas que ensinarão aos  carentes a melhor forma de tratamento ,utilização e consumo. Seja para consumo direto ou comercialização do mesmo.
 
Madeira:
Após a apreensão o IBAMA - FOME ZERO trocará o produto por alimento não perecível, material de construção ou maquinário de cozinha experimental destinados de imediato e entregue ao responsável pela comunidade. Os alimentos serão entregues em tempo máximo pré-estabelecido, os demais materiais terão de ser utilizados em prol a obras de expansão da campanha junto à população carente recebedora. Sempre com a fiscalização do Ibama.
    
Equipamentos:  
Todo o material apreendido pelo Ibama que possa ser utilizado pelo Projeto será destinado às comunidades através de seu representante maior, com a supervisão e acompanhamento da Coordenação do Projeto.
 
Técnica de Preparo:
Em parceria com a Faculdade de Nutricionista local, será desenvolvido um trabalho de levar às comunidades sugestões, aperfeiçoamento e técnicas para novas maneiras de utilização para consumo e comercialização do produto recebido do IBAMA-FOME ZERO.  Como exemplo: hamburguer de peixe, farinha de peixe e outros. 
 
Estes projetos nutricionais serão desenvolvidos com o acompanhamento direto do Ibama.
 
Meio de Comercialização

 


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Publicação:  ACPO - Associação de Combate aos POPs