A Entidade

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A ACPO – Associação de Combate aos POPs é uma entidade pública com personalidade jurídica e sem fins lucrativos. Aberta para o público interessado na proteção do meio ambiente e da saúde pública.
Apoiada pela assistência voluntária de colaboradores como médicos, engenheiros, jornalistas, professores e outros profissionais, a ACPO tem o compromisso de combater a poluição química industrial, a contaminação ambiental, a exposição e intoxicação humana, focando os poluentes químicos persistentes.
Persistentes no que diz respeito à característica química de algumas substâncias, como também buscamos atuar naquelas emissões constantes que se caracterizam como uma poluição persistente e insidiosa.

 

O OBJETIVO

Em resumo, a ACPO trabalha na defesa do meio ambiente, saúde pública e a melhoria das condições de trabalho na indústria química brasileira.

 

DA FUNDAÇÃO AOS DIAS DE HOJE

Em 1994 um grupo de trabalhadores se associou para fundar a ACPO então denominada Associação dos Contaminados Profissionalmente por Organoclorados, a princípio para defender os interesses trabalhistas, devido à contaminação química adiquirida durante a jornada laboral. Trabalharam expostos durante a síntese de agentes químicos organoclorados, hoje reconhecidamente nocivos à saúde. A unidade fabril em questão pertence a empresa Rhodia localizada em Cubatão/SP, uma empresa então subsidiária do grupo estatal francês Rhône-Poulenc.
Esta unidade fabril da Rhodia denominada TETRAPER produziu entre 1974 e 1993 (19 anos) solventes clorados, a saber: o tetracloroetileno ou percloroetileno e tetracloreto de carbono, o primeiro utilizado como desengraxante na indústria automobilística e lavanderias para lavagem de roupa a seco e o segundo utilizado como matéria-prima para fabricação do gás FREON, conhecido por danificar camada de ozônio que fica a aproximadamente 30 quilômetros de altura, camada está que protege os seres humanos dos raios solares ultravioleta que são cancerígenos. Este processo químico da empresa Rhodia sintetizava além dessas substâncias principais citadas, o HCL (ácido clorídrico a 33%) como subproduto e cerca 1022 toneladas ano de resíduos igualmente tóxicos tais como: HCB, HCBu, HCE, C3C6Cl2 etc. Algumas destas substâncias são POPs – Poluentes Orgânicos Persistentes.
A semente de onde brotou a ACPO foi plantada no ano de 1978, por ocasião do fechamento da fábrica da Rhodia denominada PENTA que funcionava desde 1966 próximo à unidade TETRAPER em área hoje pertencente a CARBOCLORO indústrias químicas que se pressupõem estar totalmente contaminada. A mobilização dos trabalhadores já vinha ocorrendo de forma informal, porém efetiva por 30 trabalhadores afetados em sua saúde oriundos desta fábrica que sintetizava pesticidas organoclorados como o pentaclorofenol e pentaclorofenato de sódio, popularmente conhecido como “pó-da-china”. Os graves problemas de saúde ocupacional decorrentes, deflagraram intensos conflitos e a pressão popular aliada a ação de alguns políticos da cidade de Cubatão, obrigou a Rhodia encerrar as atividades desta unidade.

Durante a atividade da Entidade, defendendo os trabalhadores intoxicados pela empresa Rhodia em Cubatão, a ACPO passou a ser procurada por outros trabalhadores do pólo petroquímico de Cubatão e também consultados de outros pontos do país por trabalhadores contaminados por outras substâncias. Então, a Diretoria da Entidade preocupada com essa demanda, resolveu modificar os seus Estatutos para que acolhesse esta nova demanda e então se decidiu também alterar a denominação da entidade para ACPO – Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional.

Nesta época, com uma consciência coletiva amadurecida a entidade já tinha uma forte participação nas questões ambientais e de saúde pública onde ocupa até hoje um assento no Conselho de Saúde de Santos e outro no Conselho Estadual do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (CONSEMA 2002/2003). Então em 1999 a Diretoria da ACPO resolveu incorporar formalmente as questões ambientais aos Estatutos da Entidade, sendo denominada então a partir dai ACPO – Associação de Combate aos POPs, onde nosso foco de atuação na área ambiental propriamente dita é especificamente poluição e contaminação química, sobretudo àquela causada pelas indústrias produtoras de POPs – Poluentes Orgânicos Persistentes, mas sem deixar de atuar ainda que timidamente em outros tipos de contaminação ambiental e intoxicação humana.
O avanço das atividades colocou a ACPO em um novo cenário onde as discussões ambientais se confundem com a ampla questão da saúde pública nos levando as portas de uma nova disciplina que começa a ser denominada SAÚDE AMBIENTAL.

 

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